Após 16 dias do crime, Amândio Oliveira da Silva Júnior foi enterrado junto a mãe, falecida há 38 anos, no Oeste do Estado de São Paulo.
O corpo de Amândio Oliveira da Silva Júnior foi sepultado na manhã desta quarta-feira (13), em Presidente Epitácio (SP), no interior Oeste do Estado de São Paulo. O brasileiro, de 44 anos, foi assassinado por asfixia com um golpe de mata-leão em uma briga de trânsito, no dia 28 de agosto, na região de Quarteira, em Portugal.
Conforme a irmã, Amanda Langui Miranda, o velório foi realizado na Igreja Matriz da Sagrada Família, onde também ocorreu uma missa de corpo presente com as palavras do padre local.
“A Jaqueline, a irmã mais velha, a base de tudo, fez um agradecimento emocionante a todos. Agradeceu ao Ricardo e aos amigos, pois não seria possível [a realização do velório] sem eles. Deus está ali para aliviar todo o sofrimento”, disse em entrevista ao g1 nesta quarta-feira.
O corpo de Amândio foi sepultado às 10h, no Cemitério Horto da Igualdade. Segundo os familiares, ele foi enterrado junto à mãe, falecida há 38 anos, quando o epitaciano ainda era criança.
“Nós estamos sofrendo muito, não tenho palavras. Foram 16 dias de espera angustiante”, disse Lúcia Helena Pereira Rosa, prima de Amândio.
O corpo do brasileiro chegou no Brasil às 5h35 desta terça-feira (12), em Guarulhos (SP), após sair de Portugal às 23h45 (horário de Brasília) desta segunda-feira (11).
O português Ricardo Jorge Silva, que morava com Amândio em Portugal, também veio ao Brasil e acompanhou o translado do amigo.
Velório em Portugal
Na semana passada, amigos e familiares de Amândio Oliveira da Silva Júnior prestaram homenagens ao brasileiro durante o velório em Portugal, que ocorreu na Capela de Nossa Senhora da Conceição, na região de Quarteira.
Ricardo esteve presente na primeira celebração, na Europa, e ao g1 prestou uma homenagem de despedida ao brasileiro.
“Meu amigo, meu companheiro, meu irmão: nos vemos no outro lado da linha”, homenageou o português Ricardo.
A decisão de se mudar para Portugal foi tomada por Amândio com o objetivo de dar uma vida melhor ao sobrinho, Ivan Jr., que é filho da outra irmã, Genaine.
O crime
Ricardo explicou ao g1 que Amândio quis ir até a praia no dia 28 de agosto e, ao retornar para a casa durante a noite, foi surpreendido pela violência de um motociclista que transitava em alta velocidade no local.
“Ele foi com o Rafael, que é um amigo nosso, mais a filha do Rafael. Estiveram lá a tarde toda e, no final do dia, como moramos do lado da praia, vinham subindo e junto à passadeira [faixa de pedestre], o Rafael e a filha passaram primeiro, e o Juninho ia passar em seguida. Quando o Juninho [Amândio] foi passar, um rapaz de moto vinha com muita velocidade, e o Juninho chamou a atenção do rapaz. Ele parou a moto, desceu, deu logo um soco e um mata leão”, relatou Ricardo.
Em seguida, Amândio pediu ajuda ao amigo Rafael, que tentou socorrê-lo.
“O Rafael acudiu o Juninho, tirou o rapaz de cima dele e o Juninho já não conseguia respirar direito. Rafael deu um soco no rapaz, que apagou, e ele foi socorrer o Juninho. Ele não estava conseguindo respirar, entretanto, ligaram para mim, eu estava longe, mas vim, ainda ajudei a socorrer ele, que não conseguia respirar”, contou Ricardo.
Morreu nos braços do amigo
Ainda conforme Ricardo, o resgate português demorou cerca de 40 minutos para chegar ao local, mas já era tarde. Com dificuldade para respirar, o brasileiro, de 44 anos, morreu nos braços do amigo.
“O Inem [Instituto Nacional de Emergência Médica] veio muito tarde, o auxílio da parte da GNR [Guarda Nacional Republicana] foi tarde. Ele levou mais de 40 minutos para ser auxiliado por alguém, ele não conseguia respirar. Estava com ele no meu colo e a GNR só veio prestar os primeiros socorros quando ele já tinha apagado nos meus braços, quando ele já tinha falecido. Ele morreu nos meus braços.”, relatou Ricardo ao g1
O português ainda conta que a confusão aconteceu por volta das 20h30, e a vítima faleceu às 21h20. O corpo foi retirado do local à 1h da madrugada do último dia 29 de agosto.
O acusado de ter cometido o crime ficou desacordado após brigar com o amigo de Amândio e precisou ser socorrido até um hospital. Em seguida, ele foi preso e apresentado à Justiça portuguesa.
Segundo Ricardo, o consulado brasileiro ligou para ele no dia 30 de agosto e disse que o processo já estava instaurado no tribunal de Loulé.