Brasília – A indústria cinematográfica de Hollywood, um dos pilares culturais e econômicos dos Estados Unidos, encontra-se em uma posição vulnerável em meio à intensificação da guerra comercial promovida pelo presidente Donald Trump. A política agressiva de tarifas sobre produtos chineses (“tarifaco”) levanta o espectro de uma retaliação por parte de Pequim, que poderia mirar diretamente no acesso dos filmes americanos ao gigantesco mercado consumidor da China.
Analistas e fontes ligadas ao setor de entretenimento [ou “conforme apurado pela coluna Em Cartaz”] alertam que a China possui ferramentas poderosas para afetar Hollywood, que vão além das simples tarifas comerciais. O mercado chinês tornou-se vital para a saúde financeira dos estúdios americanos, com bilheterias que frequentemente superam as da América do Norte e garantem a lucratividade de blockbusters globais.
Uma eventual retaliação chinesa, motivada pelas ações de Trump, poderia se manifestar de diversas formas, impactando severamente os resultados de Hollywood:
- Restrição de Quotas: Pequim poderia reduzir o número limitado de filmes estrangeiros (principalmente americanos) que têm permissão para serem exibidos nos cinemas chineses a cada ano.
- Censura e Atrasos: O governo chinês poderia intensificar o controle sobre o conteúdo dos filmes ou simplesmente atrasar a aprovação para lançamento, prejudicando o timing estratégico das estreias.
- Incentivo a Produções Locais: Poderia haver um esforço deliberado para promover filmes chineses em detrimento dos americanos, influenciando a programação dos cinemas e as campanhas de marketing.
Qualquer uma dessas medidas representaria um golpe financeiro massivo para os estúdios de Hollywood. A perda de acesso ou mesmo uma presença reduzida no mercado chinês significaria bilhões de dólares a menos em receita, afetando diretamente a capacidade de investimento em novas produções, o valor de mercado das empresas de entretenimento e potencialmente forçando uma reavaliação estratégica de todo o setor.
Este cenário demonstra como as disputas comerciais lideradas por Trump podem gerar ondas de choque em setores aparentemente não relacionados diretamente com a troca de bens industriais. Hollywood, que depende cada vez mais do público global, e especialmente do chinês, vê-se agora no meio do fogo cruzado diplomático e econômico, com seu futuro financeiro atrelado não apenas à qualidade de suas produções, mas também ao desenrolar das tensões entre Washington e Pequim.