Pesquisa revela que chimpanzés utilizam plantas medicinais para se 'curar'.

Pesquisa revela que chimpanzés utilizam plantas medicinais para se ‘curar’.

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Pesquisadores descobriram que chimpanzés selvagens consomem plantas com propriedades analgésicas e antibacterianas para se recuperarem, conforme observado em florestas de Uganda.

Ao identificar comportamentos de animais que pareciam doentes ou feridos, os pesquisadores coletaram amostras das plantas que os chimpanzés buscavam comer. A análise revelou que a maioria das plantas testadas possuía propriedades antibacterianas.

Os resultados do estudo, publicados na revista PLOS One, sugerem que os chimpanzés podem oferecer insights valiosos para a descoberta de novos medicamentos.

Elodie Freymann, líder da pesquisa da Universidade de Oxford, passou meses observando duas comunidades de chimpanzés na Reserva Florestal Central de Budongo. Além de identificar sinais de dor através de comportamentos como mancar ou segurar o corpo de maneira incomum, os pesquisadores analisaram amostras de fezes e urina em busca de doenças e infecções.

Um exemplo notável foi um chimpanzé macho que apresentava ferimento grave em uma das mãos. Enquanto o grupo se alimentava, ele procurou e consumiu samambaias, uma planta chamada Christella parasitica, que mostrou ter potentes propriedades anti-inflamatórias.

No total, foram coletadas 17 amostras de 13 espécies de plantas diferentes, que foram testadas por Fabien Schultz, da Universidade de Ciências Aplicadas de Neubrandenburg, Alemanha. Os resultados indicaram que quase 90% das amostras inibiram o crescimento bacteriano, enquanto um terço tinha propriedades anti-inflamatórias naturais, úteis para redução da dor e processo de cura.

Freymann observou que todos os chimpanzés doentes ou feridos mencionados no estudo se recuperaram completamente, incluindo o chimpanzé que consumiu as samambaias e voltou a usar a mão ferida nos dias seguintes.

Embora não seja possível garantir que a recuperação tenha sido diretamente causada pela ingestão das plantas, o estudo destaca o potencial medicinal derivado da observação de outras espécies na natureza. Isso sublinha a importância crucial de preservar essas “farmácias florestais” para as futuras gerações.