• qui. set 19th, 2024

Diretor de escola em SP é afastado da função 24 dias após aluna de 6 anos sofrer racismo e agressão; mãe denuncia omissão

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Thamires Rosa diz que a filha teve lesões nos olhos, quadril e virilha e foi xingada de ‘feia’, ‘cabelo feio’ e ‘urubu’. Afastamento é temporário e válido enquanto ocorre a apuração sobre a conduta, informou a Secretaria Estadual da Educação.

O diretor da Escola Estadual Adelina Issa Ashcar, na Zona Sul de São Paulo, foi afastado temporariamente de suas funções 24 dias após a mãe de uma aluna de 6 anos denunciar omissão por parte do colégio. A criança foi vítima de agressão e racismo dentro da unidade escolar.

Ele ficará afastado até a conclusão das investigações iniciadas pela Secretaria da Educação (leia mais abaixo).

Thamires Rosa foi à delegacia registrar um boletim de ocorrência e disse que, no dia 2 de maio, a menina chegou em casas com diversos hematomas e que a escola pouco fez para acolher a família e apurar o caso.

Segundo a mãe, as lesões aconteceram nos olhos, quadril e virilha — e teriam sido provocadas por outras duas crianças da mesma faixa de idade;
Ela também foi xingada de “feia”, “cabelo feio” e “urubu”.
“Eles disseram que era normal e que minha filha tinha que ter falado na hora. Que ela ia ter que falar. Eu tive que mostrar as lesões no corpo da minha filha. O diretor disse que não estava vendo nada e se isso não poderia ter ocorrido dentro da minha casa”, desabafou a mãe.

Despreparo da escola
“A escola não se responsabilizar pelo que ocorreu lá dentro mostra um imenso despreparo. Levaram ela de sala em sala para ela apontar quem era o culpado. Ela não ia fazer isso. Ela é uma criança. Além de ela ter sido exposta a essa agressão, física e verbal, ainda teve que passar por isso”, lamentou a mãe.

Para Débora Dias, educadora do movimento Educafro Brasil, a escola falhou na condução do problema e também no acolhimento das famílias.

“Essa conduta é completamente errada. Faz com que a criança se sinta ainda mais vulnerável já numa situação em que ela foi altamente violentada e também expõe a situação da maneira mais antipedagógica possível— Indo lá, acusando, e criando mais constrangimento e vexame no momento em que uma situação como essa nem deveria ter acontecido”, explicou a especialista.

“Deveria ser tratada de maneira pedagógica, centrada no debate pelo antirracismo”, completou Débora.

Investigação
A Secretaria Estadual da Educação informou que a conclusão da investigação pode resultar “em sanções administrativas” e que Thamires terá um encontro com representantes da escola “referente à apuração interna para identificar as agressões denunciadas”.

“A Seduc-SP atua contra situações de violência e discriminação, junto a promoção da Educação Antirracista, seja dentro ou fora das escolas. A Diretoria de Ensino (DE) Centro-Sul realiza junto ao Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva-SP medidas restaurativas, que garanta o acolhimento da estudante no ambiente escolar e seguem à disposição da comunidade”.

Ian Nunjara, representante da Secretaria da Educação, disse que a investigação foi instaurada “para garantir e entender tudo o que está acontecendo, mas principalmente garantindo que a mãe e a aluna possam estar confortáveis para, de fato, acompanhar do início ao fim o que está acontecendo”.

“Uma vez que a gente instaurou a investigação e entender de fato o que aconteceu, as pessoas que estiverem envolvidas serão possivelmente punidas”, concluiu.

 

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