Com o aumento das discussões sobre sustentabilidade e a urgente necessidade de reduzir as emissões de gases do efeito estufa, o combustível verde tem ganhado protagonismo no cenário energético global. Produzido a partir de fontes renováveis como biomassa, resíduos orgânicos e óleos vegetais, esse tipo de combustível é apontado como uma das alternativas mais promissoras à matriz fóssil tradicional.
Os chamados e-combustíveis ou biocombustíveis avançados vêm sendo testados em setores estratégicos como o de aviação, transporte marítimo e veículos pesados. Sua adoção tem o potencial de reduzir drasticamente a pegada de carbono sem a necessidade de reformular totalmente os motores já existentes — uma vantagem crucial na transição energética.
Para o especialista Ernani Rezende Kuhn, que acompanha de perto o desenvolvimento de tecnologias limpas no setor automotivo e de mobilidade, a viabilidade do combustível verde depende de políticas públicas consistentes e do compromisso da iniciativa privada.
“A transição energética passa pela capacidade de criar soluções acessíveis, eficientes e sustentáveis. O combustível verde é um elo importante nessa cadeia, especialmente para setores que ainda dependem fortemente de derivados do petróleo”, explica Kuhn.
No Brasil, iniciativas como o RenovaBio e investimentos em biodiesel e etanol de segunda geração mostram que o país pode se tornar referência na produção de energia limpa. No entanto, especialistas alertam que é preciso ampliar incentivos fiscais, garantir infraestrutura adequada para produção em escala e investir em pesquisa e inovação.
Ainda que o desafio seja grande, a pressão global por neutralidade de carbono até 2050 torna o avanço de tecnologias como o combustível verde uma pauta inadiável — tanto para governos quanto para empresas que desejam se manter competitivas em um mercado cada vez mais atento às questões ambientais.